Laura era considerada a pessoa mais bonita e inteligente da história. Os homens, sem exceção, queriam a desposar, e as mulheres se esforçavam para serem como ela. Ao sair de casa, todos a olhavam impressionados. Sempre que abria a boca, admiravam o conteúdo excelente de seus discursos e ela nunca era criticada. Não havia um ser sequer que a odiasse e ninguém era capaz de encontrar defeitos nela.
Certo dia, um repórter perguntou:
- Qual é o seu segredo para ter uma reputação tão perfeita?
E Laura respondeu:
- É porque eu sigo padrões rígidos.
Sensibilizado com seu comentário, ele fez uma proposta:
- Gostaria de manter o seu prestígio, sem ter que se submeter a nada?
Laura disse que sim, e então, tudo escureceu…
Acordou na sua cama e manteve a rotina. Vestiu-se com elegância, cumprimentou educadamente a quem encontrava e foi para as ruas. De repente, tropeçou acidentalmente e o tombo foi humilhante. Entrou em desespero, pois os paparazzis a fotografariam, os jornalistas inventariam mentiras em cima do ocorrido, enfim, já não a considerariam tão virtuosa. No entanto, a população continuava a idolatrando, como se nada estivesse acontecido. Foi então que se lembrou da oferta do repórter!
A primeira atitude que tomou foi descalçar o salto alto insuportável que se via obrigada a usar. Sentiu seus pés bem relaxados e amou o contato com o chão. Correu, dançou e pulou feito uma criança. Lembrou-se das músicas mais marcantes que conhecia e cantava-as bem alto, mesmo estando desafinada.
Por sorte, começou a chover e sua maquiagem ficou toda borrada. Deixou seu cabelo sujo, despenteado e manteve a diversão. Não resistiu… deitou e rolou na lama, enquanto contemplava a água refrescante que a enchia de sensibilidade. Ficou horas se banhando, não pensando em nada.
Ao olhar em volta, adentrou-se mais profundamente, no interior de seus admiradores. Percebeu o quanto desperdiçou perante ao amor infinito que havia neles. Assim, começou a se despir lentamente, mantendo o foco no êxtase que aflorava em cada um. Era maravilhoso ser desejada e trocar uma energia sublime com quantos quisesse, sem se importar em ser taxada de puta.
Após, intimamente, amar e ser amada, andou nua e sem rumo. O vento tocava suavemente seu corpo, não sofria mais com as limitações e desconfortos das suas roupas, enquanto ao redor, os indivíduos deslumbravam um milagre!
Era um inferno ter que dizer palavras bonitas e educadas, o tempo todo, então usou o momento para desabafar o que, de fato, pensava. Abriu seu coração e recitou exatamente tudo que havia no fundo da sua alma. Não havia mais segredos a esconder, sentimentos reprimidos que a envergonhava, hipocrisias a serem sustentadas, lembranças ocultadas…
De súbito, parou diante de um espelho. Teve a sensação inédita de estar se amando intensamente. Passou a vida inteira se focando em agradar os outros, sendo que nunca havia se importado consigo mesma. Negligenciou a quem mais deveria cuidar e saciar.
Uma explosão de alegria aflorava em Laura, porém o dia mal havia começado. Ideias criativas para se entreter surgiam constantemente, porque era preciso aproveitar ao máximo do privilégio de estar imune à repressão social sufocante, do dia-a-dia.
De madrugada, Laura voltou para casa muito eufórica. Desfrutou da sua banheira aquecida, jantou saboreando cada garfada e deitou na sua cama aconchegante. Agradeceu por esse dia mágico que ela considerou como sendo o mais feliz da sua vida, ou melhor… a primeira vez em que realmente viveu!
Certo dia, um repórter perguntou:
- Qual é o seu segredo para ter uma reputação tão perfeita?
E Laura respondeu:
- É porque eu sigo padrões rígidos.
Sensibilizado com seu comentário, ele fez uma proposta:
- Gostaria de manter o seu prestígio, sem ter que se submeter a nada?
Laura disse que sim, e então, tudo escureceu…
Acordou na sua cama e manteve a rotina. Vestiu-se com elegância, cumprimentou educadamente a quem encontrava e foi para as ruas. De repente, tropeçou acidentalmente e o tombo foi humilhante. Entrou em desespero, pois os paparazzis a fotografariam, os jornalistas inventariam mentiras em cima do ocorrido, enfim, já não a considerariam tão virtuosa. No entanto, a população continuava a idolatrando, como se nada estivesse acontecido. Foi então que se lembrou da oferta do repórter!
A primeira atitude que tomou foi descalçar o salto alto insuportável que se via obrigada a usar. Sentiu seus pés bem relaxados e amou o contato com o chão. Correu, dançou e pulou feito uma criança. Lembrou-se das músicas mais marcantes que conhecia e cantava-as bem alto, mesmo estando desafinada.
Por sorte, começou a chover e sua maquiagem ficou toda borrada. Deixou seu cabelo sujo, despenteado e manteve a diversão. Não resistiu… deitou e rolou na lama, enquanto contemplava a água refrescante que a enchia de sensibilidade. Ficou horas se banhando, não pensando em nada.
Ao olhar em volta, adentrou-se mais profundamente, no interior de seus admiradores. Percebeu o quanto desperdiçou perante ao amor infinito que havia neles. Assim, começou a se despir lentamente, mantendo o foco no êxtase que aflorava em cada um. Era maravilhoso ser desejada e trocar uma energia sublime com quantos quisesse, sem se importar em ser taxada de puta.
Após, intimamente, amar e ser amada, andou nua e sem rumo. O vento tocava suavemente seu corpo, não sofria mais com as limitações e desconfortos das suas roupas, enquanto ao redor, os indivíduos deslumbravam um milagre!
Era um inferno ter que dizer palavras bonitas e educadas, o tempo todo, então usou o momento para desabafar o que, de fato, pensava. Abriu seu coração e recitou exatamente tudo que havia no fundo da sua alma. Não havia mais segredos a esconder, sentimentos reprimidos que a envergonhava, hipocrisias a serem sustentadas, lembranças ocultadas…
De súbito, parou diante de um espelho. Teve a sensação inédita de estar se amando intensamente. Passou a vida inteira se focando em agradar os outros, sendo que nunca havia se importado consigo mesma. Negligenciou a quem mais deveria cuidar e saciar.
Uma explosão de alegria aflorava em Laura, porém o dia mal havia começado. Ideias criativas para se entreter surgiam constantemente, porque era preciso aproveitar ao máximo do privilégio de estar imune à repressão social sufocante, do dia-a-dia.
De madrugada, Laura voltou para casa muito eufórica. Desfrutou da sua banheira aquecida, jantou saboreando cada garfada e deitou na sua cama aconchegante. Agradeceu por esse dia mágico que ela considerou como sendo o mais feliz da sua vida, ou melhor… a primeira vez em que realmente viveu!